segunda-feira, 27 de abril de 2009

Fé na economia




As manchetes de alguns dos grandes jornais do país, no último fim de semana, mostram que os efeitos da crise econômica devem ser observados com maior atenção pelos brasileiros, ao menos devido à grande diminuição dos postos de trabalho. Afinal, os impactos começam a ser sentidos onde mais dói, o bolso.

Na Folha temos “Taxa de desemprego sobe para 9% em março”, no Estadão “Jovens foram os mais afetados pelo desemprego em março”, e no O Globo “Taxa de desemprego chega a 17,36% na Espanha”, e em todos o destaque é o desemprego.

Então, levanto aqui três possiblidades de efetiva mudança com relação a essas notícias para quem está empregado. 1 – Manchetes como essas fazem com que as pessoas “valorizem” mais seus empregos, por isso ganham tamanho destaque. 2 – Ao lê-las, muitos repensarão se seus “incômodos trabalhistas” devem ser levados mais à sério que a situação econômica do país (e do mundo). 3 - A crise nos impede à busca por mudanças? Assim, percebo que para muitos, estar empregado, mais do que nunca, adquiriu um status elevado, o importante não é “realizar-se”, mas sim “fixar-se” em alguma ocupação, o que contradiz muito do que foi “pregado” nesse blog até aqui. Talvez esse seja um dos efeitos possitivos da crise, rever nossa percepção dos fatos.

É interessante observar nos dados levantados através das manchetes citadas acima, que o salário médio de quem está empregado aumentou em relação ao mesmo período do ano passado. Mesmo o número de empregados no ano teve considerável aumento, mas o desemprego começa a aparecer mais forte, o que derruba os índices positivos, ao menos em propagação na grande mídia. Outras pontos importantes das pesquisas são os idicadores que apontam os menos escolarizados como os que mais sofrem com o desemprego, que afeta mais o setor da indústria. E para não ficar apenas no nosso quintal, miramos no do vizinho: a Espanha também sofre com a diminuição dos postos de trabalho, a maior registrada nos últimos 32 anos.

Repito aqui os dados encontrados nas notícias indicadas até para percebê-los melhor, já que nunca fui muito próximo das notas de economia, um grave erro. E o reflexo desse distanciamento, em geral, é o caos. Quem não entende de economia, e tão pouco lê materias em jornais ou revistas sobre o assunto, quando muito se detem apenas às “chamadas”, sensibilizando-se a partir delas, e interpretando-as como bem puder, o que interfere diretamente nas atitudes adotadas para lidar com o problema.

A intenção desse post é apenas fazer refletir sobre os impactos da crise nas nossas vidas, não a curto, mas a longo prazo. Lembrando que qualquer um pode ser atingido, em momentos de crise ou não, e isso não deve causar medo ou insegurança, mas passar por essa fase incólume é negar-se a chance de crescimento.

Se você for dos que não se animam muito em se aprofundar nesse setor, não espere os mistérios da fé operarem em você, venha por um possível (e até mesmo pseudo) amor à economia, não espere ser "atacado" e acabar vindo pela dor.

Para quem se empolga mais através de apelos visuais, além dos textuais, fica aqui a indicação do espaço especial no Estadão on line, cheinho de gráficos, tabelas e afins. Nade nos números, mas não se deixe afogar por eles.



Cartuns de Caco Galhardo

3 comentários:

  1. Tico,

    Eu admito que pisei no freio na vontade de pedir que me mandassem embora depois da crise. Eu havia estabelecido um prazo limite para continuar na empresa...e três semanas antes do prazo acabar, começou a crise. Meu incômodo profissional continua, porém ainda tenho salário para me formar.

    Bjos.

    ps: Postei, viu?!

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  2. Olá!
    O que eu acho sobre a "crise":
    - Apesar de a maior parte da imprensa ADORAR criar pânico coletivo para vender mais notícias (como está fazendo, agora, com a tal gripe suína, por exemplo), de fato está havendo nos últimos meses uma desaceleração da economia brasileira, que serve, embora seja lamentável, para despertar os olhos sobre a realidade da economia brasileira: frágil e extremamente vulnerável e dependente SEMPRE. Grosso modo: Lula vai ter de diminuir seu otimismo populista...
    - De minha parte, concordo com a Daniela: eu também estava pensando em mudar de trabalho no 1o semestre, arriscar algo novo, mas repensei isso, até a gente ter mais "certeza" dos efeitos dessa crise entre nós.
    A crise afeta a todos, de alguma forma, mas é preciso não ser escravo da ansiedade lucrativa para a imprensa e para os chefes, também, que muitas vezes trepudiam tiranicamente sobre seus subordinados por saber que eles "vão engolir tudo por medo de demissão".

    Enfim, buscar o equilíbrio sempre é uma forma de sobrevivência básica em todos os momentos, de crise ou não.

    Abraços!

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