domingo, 22 de março de 2009

No início

A arte de dissecar


Ferramentas de trabalho pouco desejadas

A palavra carreira tem diversos significados, entre eles, destaco:
* Vereda;
* Modo de vida;
* Profissão, curso;
* O decurso da existência;
* Meio ou modo de proceder;
* Qualquer percurso;

E, também:
* Plano inclinado para onde descem as embarcações quando são lançadas ao mar.

Essa última definição mostra, de maneira metafórica, como muitas pessoas se sentem em relação à suas vidas e carreiras. Barcos lançados ao mar. E, veja bem, em um “plano inclinado”. Mesmo para quem pensa em se tornar marinheiro, é preciso muita coragem para se arriscar na imensidão sem uma boa base, tanto teórica quanto prática, que te sustente. Do contrário, a única opção será “descer”, como sugere a definição destacada.
Claro, essa não é uma tarefa fácil, ou esse blog não existiria.
Nesse mar que é o mercado de trabalho, tão impreciso e instável, a busca por uma situação confortável é grande, mas grandes também são os pepinos que temos que enfrentar para (ou até) conseguirmos alcançar nossos objetivos, ou ao menos para ficarmos próximos deles.
A inclinação aqui é achar a ‘sala de descanso e descoberta’ dessa busca. E acredito que ela seja infindável. Penso que o que nos move é a dúvida, o questionamento e principalmente a insatisfação.
...
Dizia minha velha avó que, “antes trabalhar 10h por dia, de segunda a sábado, que ficar 24h vagabundando”.
Ok, respeito a sabedoria antiga, mas cabem aqui algumas perguntas:
- O que seria exatamente “vagabundar”? (Artistas sempre foram associados à vagabundos)
- Trabalhar 10h em algo agradável ou em uma ocupação qualquer? (10h se tornam 24h, ou mais, quando fazemos algo de má vontade)
- “De segunda a sábado”, é cansativo até quando fazemos o que nos agrada, quanto mais o contrário.
Muita coisa mudou. Infelizmente, minha avó é falecida, mas antigos conceitos se foram com ela, o que traz certa tranquilidade: as coisas realmente mudam e, às vezes, pra melhor.
O engraçado, é que ainda pareço ouvir ela dizer: “agradeça a Deus, meu filho...”.

Agradeço. Mas quero sempre mais. Boa leitura.


Novas ferramentas básicas

6 comentários:

  1. Você escreve muito bem!
    Uma delícia de ler... sempre.

    Beijos!

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  2. Existe ainda a frase que trabalhar enobrece o homem.

    Olha, discordo nisso em quase 100%!!

    Não gosto de trabalhar..não me sinto mais útil por isso!!!
    Talvez seja na profissão que exerço hoje, e vocês, meus caros futuros colegas de trabalho, espero que não passem por esse meu pensamento.
    Que realmente amem essa profissão.

    Eu adoro vahgabundiar...e já sim por algumas vezes durante um dia todo; confesso que deveria ser uma profissão!

    Eu receberia um alto sálario pela minha competência.

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  3. Se hoje Kafka lesse tal discurso os itens “Vereda”, “Meio ou modo de proceder” e “Plano inclinado para onde descem as embarcações quando são lançadas ao mar” se tornariam títulos de uma trilogia sobre a preguiça e não mais sobre a crise dos sistemas de poder.

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  4. Acho o texto legal, mas pouco esclarecedor sobre os objetivos do blog. Para quem entra pela primeira vez, e nunca ouviu falar, é difícil entender a proposta

    Obrigado

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  5. Eu me lembro de que quando comecei a trabalhar me senti mesmo atirado ao mar... sem saber nadar, é claro, caso contrário seria mais tranqüilo (sim, usarei trema até 2012).
    Achei interessante que você mencionou a coisa de fazer o que gosta, o que considera significativo... Parece que é mesmo verdade que rendemos muito mais e somos muito mais felizes nessa situação mesmo...
    Mas agora... 10 horas de segunda a sábado e ter de agradecer? Sua avó tinha que ter revisto os conceitos dela! haha

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